Sergipe é último em transplante de rins Os dados são de um estudo divulgado pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).
Sergipe é último em transplante de rins
Os dados são de um estudo divulgado pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).
O coordenador da Central de Transplantes de Sergipe, Benito Oliveira Fernadez, disse que o número de transplantes de rim em Sergipe vem decaindo progressivamente. Foram 12 transplantes em 2008, no ano seguinte esse número aumentou para 18, mas em 2010 caiu para sete transplantes e em 2011 para apenas cinco. Segundo ele, isso está acontecendo por conta das dificuldades que as equipes encontram para o andamento e realização dos procedimentos cirúrgicos.
“Há um desestímulo das equipes com as dificuldades para o acesso aos doadores e exames que precisam ser realizados”, afirmou. Segundo ele, o processo passa por várias etapas: “o paciente tem que estar apto para receber o transplante. Tem que haver um monitoramento nesse sentido. Com relação ao doador é imprescindível a participação do profissional de saúde para detectá-lo, contactar e informar os familiares. Além disso é preciso fazer exames de compatibilidade, que só são feitos em um laboratório de Salvador. Isso não inviabiliza os transplantes, mas seria bom se aqui tivesse um laboratório”, explicou.
Em Sergipe já foi criada a Organização de Procura de Órgãos e Tecidos (OPO Sergipe) e há esperança de que sejam encontrados os possíveis doadores com mais agilidade através desse serviço. “A OPO já está funcionando. Esperamos que com isso consigamos melhorar a identificação de doadores”, disse Benito. Ele ressaltou que essa realidade de baixo número de transplantes de rim em Sergipe pode mudar para melhor. Isso porque o governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Saúde (SES), está implementando uma política de incentivo ao transplante e a meta é realizar quatro transplantes de rim por mês a partir do próximo mês de março.
“Estão estruturando o serviço”, frisou. Representantes da SES se reuniram ontem com representantes do Hospital São Lucas para a implementação da política de incentivo aos transplantes. “O São Lucas é um hospital particular e os transplantes só são realizados pelo Sistema Único de Saúde [SUS]. A intenção da SES é implementar a política de incentivo aos transplantes junto aos hospitais privados para a realização dos exames pré e pós operatórios. Com isso esperamos ter uma resposta mais rápida e o paciente não espere mais tanto tempo na fila”, explicou.
Depois de passar pelo transplante de rim o paciente passa a ter qualidade de vida. “As expectativas melhoram, pois ele não vai mais ficar dependente da máquina de diálise, vai poder tomar mais líquido e comer outros alimentos. Quando dependia da máquina tinha uma dieta muito restrita e depois da cirurgia vai ter uma vida normal. Só vai ter que tomar o imunossupressor para o resto da vida, para evitar que haja rejeição do órgão transplantado”, disse Benito.
Transplantes
Ao todo foram realizados em Sergipe 143 transplantes de órgãos no ano passado. Sendo 138 de córnea e cinco de rim. Se por um lado há poucos transplantes de rim, por outro lado a expectativa da Central de Transplantes é de zerar a fila de espera para o transplante de córnea neste ano. Isso porque há 92 pessoas aguardando pela cirurgia em 2012. “Se conseguimos realizar mais de cem no ano passado, neste ano vamos zerar essa fila com fé em Deus”, declarou Benito Fernadez. A fila para o transplante de rim conta com 181 pacientes.