Na contramão do Estado de São Paulo, Marília tem janeiro sem doação de órgãos

10/02/2012 23:07

 

Marília terminou janeiro sem obter doador de múltiplos órgãos, conforme informou ontem o Serviço de Procura de Órgãos e Tecidos (Spot) do Hospital das Clínicas. 10/02/2012 A- / A+
LUÍS CARLOS DE PAULA é um dos dois enfermeiros que integra a equipe do Spot de Marília
Balanço da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, divulgado no começo do mês, mostrou que janeiro de 2012 foi considerado o melhor janeiro da história em doações e o segundo melhor mês de todos os tempos, com 96 doadores. Na comparação do Estado entre janeiro de 2012 e janeiro de 2011, o crescimento foi superior a 33%. Já em Marília, o percentual de queda foi de 100%. Em janeiro de 2011 o Spot havia conseguido um doador. No mês passado nenhuma família autorizou a doação de entes que tiveram morte encefálica confirmada por laudo médico. Ausência de campanha institucional para esclarecimentos e pouca divulgação são tidas como fatores da queda.
Em números de doadores, vem registrando queda desde 2011. Em comparação com 2010, no ano passado o recuo chegou a quase 40%. Foram 20 doadores em 2011 contra 32 doadores em 2010. “Existem alguns fatores que influenciaram esta queda. O primeiro é a negativa da família em permitir a doação, o segundo está associado a doenças que inviabilizam a retirada de órgãos, como o câncer, e o terceiro fator que atribuímos é a baixa divulgação da importância desta atitude”, observou o enfermeiro Luís Carlos de Paula e Silva, integrante do Spot de Marília. Além de Luís Carlos, a equipe do serviço é composta por mais um enfermeiro, três médicos, cinco auxiliares de enfermagem e um escriturário. O setor realiza a captação de órgãos e tecidos numa faixa territorial que abrange a divisa com Bauru até Presidente Prudente, envolvendo mais de um milhão de habitantes. A captação só é possível em pacientes que tiverem confirmação de morte encefálica com aprovação dos familiares. “A autorização é por escrito, em documento assinado pelo familiar e outras duas testemunhas”, detalhou.
No Estado, segundo comunicou a Secretaria de Estado da Saúde, ocorreram 243 transplantes de órgãos em janeiro, ante 193 no mesmo período de 2011. Foram dez transplantes de coração, cinco de pâncreas, 162 de rim, 60 de fígado e seis de pulmão. No primeiro mês do ano passado, foram oito transplantes de coração, 11 de pâncreas, 125 de rim, 48 de fígado e um de pulmão. Os dados referem-se a doações de pacientes falecidos. A recomendação para quem deseja ser doador de órgãos é deixar esta intenção bem clara aos familiares, pois somente a família pode autorizar a doação.
Fonte: Jornal Correio Marilense https://www.correiomariliense.com.br

 


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