Jovem consegue doador de medula, mas espera remédio de R$ 400 mil para transplante

14/04/2012 19:18

 

O estudante Johnny Lucas Figueiredo, de 16 anos, morador da Capital, que superou um mês em coma, aproximadamente 100 dias internado e chegou a ser desacreditado por médicos devido a uma leucemia, conseguiu um doador de medula óssea.

Porém para a realização do transplante, Johnny necessita de quatro seções de quimioterapia do medicamento Clorafabine, avaliada em R$ 400 mil. O juiz federal Clorisvaldo Rodrigues dos Santos determinou no dia 29 de fevereiro de 2012, que o poder público forneça o medicamento.

Como réu na ação estão a União Federal, Estado de Mato Grosso do Sul e Município de Campo Grande. De acordo com a mãe do jovem, Glauce Figueiredo de 38 na a Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau), informou que o remédio deve ser pego na Casa da Saúde, lidado ao governo do Estado.

De acordo com a decisão do processo 0001376-24.2012.403.6000, o artigo 196 da constituição Federal prevê que “a saúde é direito de todos e dever do Estado (...)”. Da mesma forma, o artigo 2° da Lei n° 8.080/90 dispõe que “a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício”.

Na decisão também está fixada a multa diária de R$ 1 mil para o caso de descumprimento da presente decisão por parte dos réus.

Amparim Lakatos
 

A Secretaria de Saúde do Estado informou que por ser importada, a medicação será entregue provavelmente até a próxima semana para a família.

CONHEÇA O HISTÓRICO: 

 

Desacreditado por médicos, que chegaram a afirmar que se tratava de um caso irreversível, Johnny Lucas Figueiredo, de 16 anos que teve um diagnóstico de leucemia constatado, superou os obstáculos e com bom humor conta sobre a melhoria após 100 dias de internação em um hospital de Campo Grande.

Porém, por conta da doença, Johnny ficou com a visão do olho esquerda totalmente comprometida e perdeu 50% da visão do olho direito.

Com o novo quadro de melhora a família não precisou arcar com um medicamento avaliado em R$ 400 mil, que deveria ser feito por causa da enfermidade que ficou resistente aos medicamentos iniciais.

Depois de todas as dificuldades e com o sorriso sempre estampado no rosto e o modo otimista de ver a vida, Johnny diz que “depois de tudo que já passei não adianta nada ficar de cabeça baixa”.

Caso apareça algum doador de medula compatível com ao do estudante, o transplante só poderá ser feito após o tratamento na visão, devido à pressão do olho esquerdo que tem de estar normal. “Estamos vivendo dia após dia com fé em Deus”, diz a dona de casa Glauce Figueiredo, 38, mãe do jovem.

O olho direito, onde foi feito uma cirurgia por causa de hemorragia também necessita de tratamento.

Nesta terça-feira (26), Johnny e a mãe viajam para São Paulo (SP), onde o estudante será avaliado por um dos maiores oftalmologistas do País, na qual a consulta custa R$ 400.

Caso os exames daqui de MS não forem aceitos, a família terá que fazer outros em São Paulo (SP), onde a dona de casa calcula que pode ficar em torno de R$ 1 mil.

As despesas podem aumentar com a probabilidade (que não é pequena), de retorno e procedimento cirúrgico.

A família descobriu que Johnny estava com a doença em 2010 após um inchaço no pescoço. No Hospital Universitário ele recebeu o diagnóstico de leucemia aguda.

Dali ele foi transferido ao Hospital Regional onde passou por sete seções de quimioterapia em sete meses.

No final de 2010 o seu quadro de saúde complicou com um coma debilitado e hemorragia no pulmão, tendo assim que ser internado novamente no Hospital Regional.

“No hospital, já internado ele disse, mãe quero vomitar, peguei um balde próximo e, ele acabou vomitando uma bacia de sangue” lembra Glauce.

Por conta de falta de vagas no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Regional, por onde o jovem esperou aproximadamente 12 horas, ele foi transferido para um hospital particular da Capital onde permaneceu mais de três meses, sendo desses, 40 dias entubado no CTI e respirando artificialmente.

Nesse tempo em que foi submetido a uma traqueostomia, se alimentava por sonda através das vias nasais e não enxergava, falava e chegou a pesar 31 quilos momento em que a família foi desenganada por médicos.

"Perguntaram se nós tínhamos Pax", lembra a mãe.

Johnny também ficou com os órgãos da região abdominal inchado e teve de ter um portocath, implantado no tórax, que é um aparelho utilizado para aplicar a medicação.

Em 17 anos, o jovem foi o único paciente do hospital com leucemia que ficou todo esse período e voltou para casa, afirma a família. “Eu falei, mãe vou sair andando daqui”, conta. “Quando ele saiu todos do hospital foram cumprimentá-lo”, diz Glauce sobre a alta no final de 2011.

Leucemia

De acordo com o INCA (Instituto Nacional Câncer) a leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos) de origem, na maioria das vezes, desconhecida.

Ela tem como principal característica o acúmulo de células jovens (blásticas) na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais.

A medula é o local de formação das células sanguíneas e ocupa a cavidade dos ossos principalmente esterno e bacia.

Os principais sintomas da leucemia decorrem do acúmulo dessas células na medula óssea, prejudicando ou impedindo a produção dos glóbulos vermelhos (causando anemia), dos glóbulos brancos (causando infecções) e das plaquetas (causando hemorragias).

Amparim Lakatos

Fonte: https://www.midiamax.com.br