
“A doença pode evoluir rapidamente e a possibilidade de cura é por meio do transplante. Minha filha precisa disso para evitar o tratamento agressivo e na família não há doador compatível. É urgente e ela precisa passar por isso enquanto tem uma boa resistência”, diz a mãe.
Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer, a chance de encontrar uma medula compatível fora da família é, em média, de uma em cem mil, daí a importância de se ter uma maior número de doadores voluntários cadastrados no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), o que aumenta as chances que os pacientes têm de receber o transplante. “Qualquer pessoa com idade entre 18 e 55 anos com boa saúde poderá doar medula óssea”.
A mãe explica que Vivian tem o acompanhamento mensal para o controle da medioplasia com a realização de exames de hemograma e plaqueta, mas que já passou por tratamento no Centro Infantil Boldrini, inclusive por sessões de quimioterapia. O nome da criança já consta no cadastro geral e aguardam um doador desde o ano passado, após ter sido confirmada a doença.
Doador
Para se cadastrar como doador, o processo é simples. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), os doadores preenchem um formulário com dados pessoais e é coletada uma amostra de sangue para testes de compatibilidade entre doador e paciente.
As informações são disponibilizadas em um sistema informatizado que realiza o cruzamento com os dados dos pacientes e, em caso de compatibilidade, o doador será chamado para exames complementares e depois para a doação.
Os dados dos doadores são encaminhados ao Redome, instalado no Inca, e são disponibilizados em todo o sistema nacional. Quando da incompatibilidade de doador na família esse cadastro é consultado.
“Os riscos são poucos e é retirada do doador a quantidade de medula óssea necessária (menos de 15%). Dentro de poucas semanas, a medula óssea do doador estará inteiramente recuperada”, informa o Inca. Para o transplante de medula óssea, a coleta do doador é feita através de punções na região pélvica posterior, com anestesia.
Cadastro
O cadastro no Redome como voluntário à doação de medula óssea pode ser feito nos seguintes postos de Campinas: no Hemocentro da Unicamp, em Barão Geraldo - telefones (19) 3521-8705 ou 3521-8720; Hospital Celso Pierro da Pucc II, no Jardim Ipaussurama - telefones: 3343-8423 ou 3343-8382; Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, na Avenida Prefeito Maria Lima, 340, no Parque Itália – telefones: 3272-5501 ou 3772-5758.
Na região, estão cadastrados como Centros de Transplantes de Medula Óssea o Hospital das Clínicas da Unicamp e o Centro Infantil de Investigações Hematológicas Dr. Domingos A. Boldrini.
Ações locais vão reforçar a importância da doação
A mãe de Vivian e a dona de casa Selma Calabria se reuniram com a secretária de Saúde de Jaguariúna, Maria do Carmo Pelisão, na quinta-feira, 16, para pedir o apoio na realização de uma campanha de conscientização e incentivo no município para que as pessoas se disponibilizem como voluntárias à doação de medula. Foi o primeiro encontro onde o tema foi tratado e a secretária garantiu a participação dos profissionais da secretaria nesta iniciativa, com práticas já sinalizadas para isso.
A partir do dia 23 de fevereiro, quinta-feira após o carnaval, os voluntários interessados poderão se cadastrar junto ao Serviço Social de Saúde da Unidade Básica de Saúde do Jardim Fontanella, na Rua Pará 181. O objetivo, segundo a secretária, é fazer um agendamento único com essas pessoas para levá-los aos postos autorizados para o cadastro no Redome.
O próximo passo será a organização de ações conjuntas com as campanhas de doação de sangue realizadas pelo Hemocentro da Unicamp no UBS Fontanella, cuja próxima ação está agendada para o dia 5 de maio. Além disso, a secretária disse que a intenção é propagar informações sobre a doação de medula óssea na Rádio Educativa de Jaguariúna e cartazes sobre a importância deste ato.
“Vamos captar os possíveis doadores e realizar um trabalho de conscientização”, reforçou Maria do Carmo.
A expectativa de Edilaine é “encontrar” um doador compatível para o transplante da filha principalmente nesta fase em que Vivian apresenta uma defesa boa do organismo. “Como mãe, quero que ela seja muito feliz. O transplante vai ajudar nisso, mas sei que isso pode representar riscos para a vida dela”.