Adolescentes com idade entre 16 e 17 anos também podem ser doadores de sangue. Esta possibilidade existe, na verdade, desde junho de 2010. Mas a procura no Hemocentro de Francisco Beltrão ainda é muito pequena. Este ano, por exemplo, foram atendidos dois doadores desta faixa-etária. Ao que tudo indica o pessoal ainda está tímido para encarar logo a agulha e demonstrar o que talvez seja o maior gesto de solidariedade entre seres humanos.

Mas o que surgiu para promover a conscientização se tornou objeto de mais discussões. É o caso da aptidão para doar sangue, aquela entrevista médica pela qual todo doador passou um dia. Este é o momento de declarar informações verdadeiras sobre parceiros sexuais, uso de bebida alcoólica e realização de tatuagem, entre outros dados.

Segundo a enfermeira Luana Canci, do Hemocentro, é muito importante que os adolescentes sigam todas as recomendações feitas aos demais doadores. O que naturalmente não é tão fácil, pois a idade escolar acaba facilitando principalmente a quantidade de relacionamentos amorosos. “Tem que ter o mesmo parceiro há mais de seis meses. Se estiver a menos tempo, pedimos para esta pessoa voltar no tempo certo. É preciso pensar na pessoa que vai receber este sangue”, comenta.

Outro fator bem recorrente entre este público de doadores é a tatuagem. O prazo mínimo para doar sangue, neste caso, é de um ano. “O mesmo também vale para piercing. No caso de bebida alcoólica tem que esperar 12 horas”, orienta a enfermeira, responsável pelas relações comunitárias do Hemocentro de Beltrão. “E para doar o menor de idade deve estar acompanhado de um responsável e trazer um documento com foto.”

Em Pato Branco, a coordenadora do Hemocentro Simone Duarte conta que a influência familiar é que tem sustentado as doações de menores de 18 anos. “Estamos tendo uma procura boa, mas pode melhorar. Muitos ainda têm receio ou pelo fato de desconhecerem [a informação]. Mas os que vieram é porque o pai ou a mãe são doadores. Ou porque conhecem outra pessoa que já doa.”