700 pessoas esperam por um transplante de órgão no Estado do Piauí

07/02/2012 13:11

 

700 pessoas esperam por um transplante de órgão no Estado do Piauí


 
Pelo menos 700 pessoas estão hoje na fila de espera da Central de Transplantes do Piauí. Desse total, 300 esperam por um rim, enquanto 400 aguardam o transplante de córnea. O pior que o número de doadores não consegue atingir nem 8% daqueles que esperam por um órgão. Prova disso está nos dados do ano passado, quando só foram realizados 50 transplantes. "Falta sensibiliza-ção das pessoas sobre a importância do ato de doar. No momento que você perde um famíliar, a dor é grande, mas é possível transformar aquele momento em um ato de solidariedade. São partes da pessoa que vai continuar viva em outra pessoa", explica a coordenadora da Central de Transplantes, Patrícia Figueredo.

Segundo ela, em janeiro desse ano a Central só recebeu 10 doações. Patrícia conta que uma das principais causas para a falta de rins e córneas para os transplantes está na subnotifi-cação por parte dos hospitais e profissionais da saúde. Segundo ela, se houvesse uma notificação das mortes nos hospitais, as equipes da Central iriam em busca da doação, conversando com a família e vendo as condições para uma possível doação. "Todos os dias nossas equipes vão em todos os hospitais da cidade em busca de um doador. Todos os dias várias pessoas morrem e o IML sempre está cheio de possíveis doadores, mas se não formos avisados fica difícil. De cada 100 pessoas que morre, apenas 10 são avisadas para a Central, sem contar que dessas 10, nem todas as famílias aceitam fazer a doação", explica. 

Uma boa notícia é que os transplantes de coração podem voltar a ser realizados no Piauí, depois de dez anos. A previsão é que as cirurugias aconteçam ainda no primeiro semestre desse ano. Se a equipe que está sendo formada pelo Hospital Getúlio Vargas conseguir o credencia-mento junto ao Ministério da Saúde, esta será a primeira vez que um hospital público irá realizar esse tipo de cirurgia no Estado. 

Anteriormente, os transplantes cardíacos eram realizados em um hospital particular, mas pela falta de equipe médica e do recesso de dois anos sem realizar a cirurgias, o hospital foi descredenciado. 

Desde o início do ano passado ouve-se falar da implantação de uma equipe cardíaca no HGV, mas até agora a equipe de transplante ainda está em fase de formação e o hospital ainda não tem todos os itens necessárioa para se credenciar. "Temos uma equipe praticamente montada. Mas temos várias exigências do Ministério da Saúde para cumprir até podermos nos credenciar. O Hospital também deve se enquadrar. Antigamente, não se exigia tantas peculiaridades, mas agora o Ministério está mais rigoroso. Eles preferem ter menos equipes, mas que produzam mais", explica a coordenadora da Central de Transplantes, Patrícia Figueredo.

Como não há cirugias desse tipo no Piauí, também não é possível dizer quantos pacientes precisam de transplantes de coração no Estado. Quando há a necessidade, os pacientes são encaminhados para outros Estados credenciados, como São Paulo, Pernambuco. 

Fonte: Diário do Povo-PI