ESTADO DO CEARÁ - BANCO DE CORDÃO UMBILICAL PODE GUARDAR ATÉ 3.600 AMOSTRAS

05/05/2012 14:29

 

Banco de cordão umbilical pode guardar até 3,6 mil amostras PDF

Depois da fase de validação para instalação e ajuste de equipamentos, formação e capacitação da equipe profissional, está em operação o primeiro Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário da rede pública do Ceará, com a meta de receber 30 doações por mês e em quatro anos atingir a capacidade de 3,6 mil amostras de sangue de cordão umbilical, material rico em células-tronco hematopoéticas, essenciais para o transplante de medula óssea. O banco, construído e estruturado no Hemoce, Avenida José Bastos, 3390, vai coletar, testar, processar, armazenar e liberar células-tronco para a realização de transplantes de medula óssea para quem não dispõe de um doador na  família.

 

O banco público de cordão umbilical e placentário do Ceará funciona com uma equipe de farmacêuticos, enfermeiros e biólogos, sob a coordenação médica do hematologista Fernando Barroso. Integra a Rede BrasilCord, que tem 12 unidades inauguradas, das 13 planejadas para funcionar até este ano no Brasil. Bancos públicos de cordão umbilical já funcionam em São Paulo (quatro unidades), Rio de Janeiro, Distrito Federal, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Pará e Pernambuco. As obras do último banco da fase de expansão da Rede estão em conclusão em Belo Horizonte (MG). Atualmente, o país conta com cerca de 12 mil unidades de cordão armazenadas e 123 já utilizadas em transplantes, até dezembro de 2011. Os treze bancos juntos terão capacidade de armazenar até 65 mil bolsas de material genético da população brasileira - quantidade considerada ideal para a demanda de transplantes no país, somada à colaboração dos doadores voluntários de medula.

 

Por meio de convênio assinado com o BNDES em 2008, a Rede BrasilCord recebeu um investimento de R$ 31,5 milhões do Fundo Social do BNDES para a construção de 13 bancos públicos de cordão umbilical.  Mas o BNDES já aceitou o projeto de uma nova fase de ampliação da BrasilCord, na qual seriam criados mais quatro bancos públicos em Manaus (AM), São Luís (MA), Campo Grande (MS) e Salvador (BA), o que ampliará a capacidade de armazenagem para 75 mil amostras.

 

Doação

A doação do cordão umbilical do recém-nascido para um banco público é voluntária e autorizada pela mãe do bebê. As unidades armazenadas ficam disponíveis para qualquer pessoa que precise de transplante de medula óssea, indicação para pacientes com leucemia e outras doenças do sangue. Quanto mais cordões armazenados, maior a quantidade de pessoas que podem ser beneficiadas. Os bancos da Rede BrasilCord mantêm convênio com determinadas maternidades para coleta dos cordões. As doações só podem ser realizadas nesses hospitais conveniados, onde existem equipes treinadas para realizar a abordagem da gestante, acompanhamento da gestação e coleta do material no momento do nascimento da criança..

 

No Ceará, a Maternidade Escola Assis Chateaubriand, vinculada à Universidade Federal do Ceará (UFC), e o Hospital Geral Dr. César Cals, da rede de unidades da Secretaria da Saúde do Estado e referência terciária em ginecologia e obstetrícia, já contam com equipes do Hemoce para fazer a coleta de material doado. Uma outra equipe vai atuar, também, no Hospital e Maternidade Nossa Senhora da Conceição, da rede municipal de Fortaleza. Para a doação, a gestação deve ser acompanhada pelos médicos das unidades, as mães devem ter mais de 18 anos de idade, não correr riscos e não ter doenças genéticas ou transmissíveis. As bolsas de células-tronco armazenadas poderão salvar a vida de milhares de pacientes no Brasil e no mundo, já que a Rede BrasilCord faz parte da NetCord, rede mundial de doadores de medula óssea e de células do cordão umbilical. Cerca de 6 mil pessoas entram por ano na fila de espera por transplante de medula no Brasil. 1.200 conseguem passar pelo procedimento.

 

Com a Rede BrasilCord, as chances de transplante para pacientes que não possuem um doador aparentado aumentam consideravelmente, bem como o número de transplantes a serem realizados, salvando mais vidas. De acordo com levantamento realizado com base nas informações do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME), a chance de um brasileiro localizar doador em território nacional é 30 vezes maior em relação à possibilidade de encontrá-lo no exterior, por conta das características genéticas. Além disso, o doador ideal (irmão compatível) só está disponível em cerca de 30% das famílias brasileiras. Para 70% dos pacientes é necessário identificar um doador alternativo a partir dos registros de doadores voluntários e bancos públicos de sangue de cordão umbilical.

 

A equipe do banco público de cordão umbilical do Ceará já prepara projetos para participar dos editais que serão lançados pelo Ministério da Saúde para pesquisas com células-tronco. Segundo anunciou no dia 17 deste mês o ministro Alexandre Padilha, Ministério da Saúde vai investir R$ 15 milhões em terapia celular em 2012. A maior parte do recurso – R$ 8 milhões – será voltada para concluir a estruturação de oito Centros de Terapia Celular, que ficarão responsáveis pela produção nacional de pesquisas com células-tronco. Atualmente, grande parte dos insumos utilizados nas pesquisas com células-tronco realizadas no Brasil são importados. Os outros R$ 7 milhões serão aplicados em editais de pesquisa abertos ainda este ano. Com esta ação, o governo quer ampliar o uso da medicina regenerativa na recuperação de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), em tratamentos como regeneração do coração, movimento das articulações, tratamento da esclerose múltipla.

 

03.05.2012

 

Assessoria de Comunicação da Sesa

Selma Oliveira - 85 3101.5220 / 5221

selma.oliveira@sesa.ce.gov.br

Fonte: https://www.ceara.gov.br