Cresce a busca por banco de cordão umbilical

20/04/2012 22:23

 

Cresce a busca por banco de cordão umbilical

Pesquisas sobre células tronco e barateamento no processo podem impulsionar essa opção de 'cura' em BauruJÚLIO PENARIOL
julio.penariol@bomdiabauru.com.br
 

Pouca gente sabe da sua existência e, principalmente, da sua finalidade, mas Bauru conta, desde o fim de 2010, com uma unidade do BCU Brasil, um banco privado que coleta e armazena células-tronco a partir do cordão umbilical de recém-nascidos.

A procura pelos serviços da filial bauruense, segundo o gerente Ricardo Viegas, cresce  2% ao mês, mas ainda é extremamente tímida para um mercado que, na sua visão, está em franca evolução. 

Isso acontece principalmente por três fatores: falta de informações das pessoas, custo do procedimento e até mesmo a questão da utilidade do material coletado, apesar de as pesquisas científicas no campo das células-tronco avançarem a cada ano. 

“Em Bauru temos cerca de 450 nascimentos por mês e desses pelo menos 10% [ou 45] das famílias teriam condições financeiras de fazer essa coleta. Mas não realizamos nem dez por mês ainda. É fruto da falta de informação”, acredita Ricardo.

O BCU é considerado o maior banco de cordão umbilical da América. Nele, as famílias contratam o serviço de retirada e armazenamento – tudo dentro das normas exigidas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) – das células-tronco do cordão do bebê (veja mais informações sobre o procedimento no quadro ao lado).

Este material, caso necessário, é utilizado depois pelo doador no tratamento de mais de 80 doenças, como anemias, leucemia (câncer do sangue) e diabetes do tipo 1. As células-tronco são uma espécie de coringa, capazes de substituir outras células perdidas pelo organismo ou mesmo de se fundir com células doentes, tornando-as saudáveis.

“Não somos lagartixas, que perdem o rabo e logo formam outro. Esse armazenamento é como se fosse um seguro de carro, que você faz não esperando usá-lo, mas que, caso seja necessário, é bom ter. É um seguro biológico para o bebê”, compara Ricardo. O gerente explica que a utilização das células-tronco no tratamento de doenças dificilmente é a primeira opção médica, mas que ela pode ser vista como uma última alternativa de terapia eficaz. 

Por exemplo, nenhuma pessoa com um corte no braço ou que retirou as amígdalas implantará essas células no seu organismo para acelerar o processo de cura ou para se recuperar da cirurgia. Porém, em outros casos mais graves, seus resultados são muito positivos.

“Não vendemos cura. Armazenar essas células é mais uma ferramenta que pode, no futuro, significar a garantia do sorriso, do futuro de uma criança.”

A maioria dos pais bauruenses que buscaram o serviço, explica Ricardo, é por prevenção. Apenas cerca de 3% dos casos são de pais que já possuem um filho com alguma doença, como leucemia, e que enxergam no próximo bebê que nascerá uma maneira de tentar tratar este filho mais velho. 

“Isso é negócio, é mercado, mas não consigo encarar assim. É lidar com vidas e salvar uma já dará razão para a minha”, finaliza ele.

Fonte: https://www.redebomdia.com.br