'Estou vivo graças a um ato de amor' diz transplantado, em PE

05/05/2012 14:47

 

'Estou vivo graças a um ato de amor' diz transplantado, em PE

 

Luciel Rodrigues passou cinco anos em homodiálise até conseguir doador. 
Welitânia Portela, também transplantada, chegou a pesar 34 quilos.

Fonte: G1

 
 

A espera na lista de doação de órgãos pode ser longa. Na última reportagem da série de reportagens do NETV sobre transplante, duas pessoas que foram salvas ao receber doações de órgãos contam suas histórias. Elas viveram anos em cima de uma cama ou tiveram que passar por dolorosos procedimentos em hospitais. Não conseguiam fazer simples atividades, como caminhar ou dormir bem. Quase morreram.

Todo esse sofrimento chegou ao fim com a ajuda de famílias que perderam pessoas queridas. Mesmo diante da dor, elas descobriram que um ato de solidariedade pode renovar a vida de outras pessoas. “Eu tive minha mulher de volta, tive a minha família de volta. Agradeço a Deus por ela estar aqui do meu lado hoje”, conta João Barbosa, marido de Welitânia Portela, que teve uma doença que eliminou o trabalho do fígado.

Com dois filhos adolescentes e pesando 34 quilos, Welitânia não participava de nada. Morava no hospital e esperava um doador. As fotos guardadas com cuidado mostram Tânia - esse é o apelido dela - cinco anos atrás. Pele, osso e uma barriga repleta de líquido. O fígado novo chegou no fim de 2008.

Ela não sabe de onde veio a doação, mas conhece perfeitamente os efeitos da presença dela nesse corpo de que cuida com muita alegria. “Eu agradeço muito a Deus e a uma pessoa maravilhosa que eu não conheço, mas que me deu a oportunidade de estar aqui hoje, falando, vivendo, tendo tudo de volta. Eu estou ganhando uma vida melhor do que a que eu tinha. Eu não digo que tenho 44 anos, digo que tenho 3 a 4, que é o tempo em voltei a viver”, diz, emocionada.

O auxiliar de gestão Luciel Rodrigues estava no auge da carreira com 27 anos, quando náuseas, pressão alta, inchaços e vários outros sintomas anunciaram que algo não ia nada bem. Junto com o diagnóstico de uma inflamação gravíssima nos rins, veio o anúncio do médico: a saída era um transplante.

Entre esse dia e o dia do transplante foram cinco anos de hemodiálise três vezes por semana, que deixaram marcas nos braços. Na fila de transplante, procurava não perder de vista a esperança. E não se decepcionou. Ela bateu à porta na véspera da noite do Natal de 2009. “Hoje estou vivo, produzindo, estou com qualidade de vida pelo ato de amor de uma pessoa, de um familiar que autorizou a doação desse órgão”, agradece Luciel.

O doador era um homem de 42 anos que trabalhava na roça, na Bahia. A família dele enterrou um ser muito querido e refez a vida de um desconhecido. “A pessoa que me doou não morreu, um pedaço dela continua vivendo em mim e eu vivendo por causa dela”, acredita o auxiliar de gestão.

Os parentes do doador do fígado de Welitânia também fizeram isso. São pessoas amadas do fundo de rins, fígados e corações de transplantados. “Você doa um órgão sem saber a quem está ajudando, não tem nada mais bonito do que você ajudar alguém não por valores, mas por amor”, finaliza a dona de casa.

Fonte: https://www.expressomt.com.br